Recentemente, passei por duas mudanças importantes em minha carreira profissional.
A primeira foi a transição da área de logística para a área de produto, em 2020.
A segunda ocorreu há pouco tempo, e foi uma mudança de time após estar há um ano atuando na área de produto.
Ao passar por esses processos e, também, por acompanhar outros colegas e amigos que estavam passando por processos semelhantes, percebi que, normalmente, as pessoas ao nosso redor respeitam mais o nosso lugar de aprendiz do que nós mesmos.
Falo desse lugar de aprendiz como o papel que assumimos toda vez que começamos algo novo e fazemos uma movimentação para fora da nossa zona de conforto. O lugar de aprendiz nem sempre é confortável para todos. Pra mim, certamente não é. Mas estou cada vez mais me desafiando a tornar esse processo mais leve e fluido.
Sinto que meu período de adaptação na área de produto foi longo e com alguns percalços. Nós somos responsáveis pela realidade que criamos para nós mesmos e, pra ser sincera, acho que compliquei a minha vida mais do que deveria e deixei que o medo prevalecesse em vários momentos.
Sentia muito medo de errar e de não ser boa o suficiente - alô, síndrome da impostora.
Isso fez com que alguns aprendizados fossem mais sofridos do que deveriam. Por mais que eu estivesse em um lugar em que o erro e o aprendizado são acolhidos, sair de um contexto em que eu era referência e entrar em um novo - em que eu não sabia o básico - não foi fácil. Tive sorte por me deparar com colegas que estavam dispostos a me ensinar, mas agora vejo que demorei para me abrir para esses aprendizados. Logo que ocorreu a minha mudança mais recente, mesmo já trabalhando com produto há um ano, parecia que eu estava começando tudo do zero. Um pouco depois, já estava claro que, embora o contexto fosse diferente, a bagagem que eu tinha construído era muito válida.
O que achei interessante nessa transição foi que eu consegui perceber comportamentos semelhantes aos que eu tive quando estava iniciando na carreira de produto, mas sentia tudo numa escala menor.
Saber identificar os padrões que eu já tinha vivenciado fez toda diferença para que eu pudesse passar, de forma consciente, pelo processo e mudar os gatilhos que me atrapalharam no passado.
Consegui me abrir logo no início para conversar sobre o que eu estava vivendo, com meus colegas, minha mentora e, principalmente, com a minha gestora, que me deu todo apoio para que o processo fosse o mais tranquilo possível.
O lugar de aprendiz, pra mim, significa que estou comprometida com meu desenvolvimento e com a minha melhor versão.
Acredite, se a gente não desse conta do desafio, o universo não teria nos colocado ali! Sentir esse desconforto é o maior indicador de que estamos evoluindo e isso por si só já devia ser motivo pra comemorar, e não sofrer. Não posso dizer que agora estou imune a esse medo que se apresenta quando boto o pé para fora da zona de conforto, mas cada dia mais eu tento viver esse processo de forma leve e consciente. Algumas ferramentas me ajudaram durante esses dois processos e agora quero compartilhar com vocês:
Por fim, é essencial acharmos um pouco de paz nesse lugar de aprendiz, pois o nosso comprometimento com o desenvolvimento deve ser muito maior do que com o medo.
Um abraço!