Tomamos um chá de sumiço por aqui, né?
Mas só aqui no blog! O admina continua firme e forte, ativo e produtivo nos nossos canais internos! <3
Tanta coisa rolou na minha vida nos últimos meses que resolvi seguir o conselho do pessoal que dá o treinamento de segurança no início dos voos, sabem? Quando falam que, em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão em nossas cabeças.
Coloquem antes a máscara em você, depois ajude quem está ao seu lado
Foi bem isso. Precisei parar, respirar, catar os meus caquinhos - com a ajuda de muita gente linda na minha vida - e ir colando tudo, um por um.
Depois de uma pausa para saúde mental, estou de volta! (quem nunca: aconselho)
Para esse artigo de re-estréia, resolvi atender a pedidos e, mais uma vez, abrir outro pote de ouro que temos dentro do admina: nosso aulão e tutorial de “como se preparar para TODAS as entrevistas de Produto”.
Esse aulão aconteceu há uns 6 meses e foi um sucesso! Fizemos perguntas e respostas, simulações, podes e não podes e tira-dúvidas. Como nenhum aulão do admina é gravado, muita gente pede para repeti-lo. Por isso, eu gerei um doc bem simples no drive do admina, que é exclusivo para admins, com a transcrição completinha da aula. Agora, quem é membro do admina tem tudo lá, sempre que precisar.
Mas há muita gente que não é admin que pode se beneficiar desse conteúdo… e vocês já me conhecem, não é minha cara deixar conhecimento e fonte de ajuda escondidos…
Então vamos transformar isso daí em ARTIGÃO e liberar total!
Um tutorial sobre todos os tipos de entrevistas de um processo seletivo:
Para cada uma, você encontrará:
Ele poderá ser uma fonte de estudo para entrevistas, um roteiro ou uma inspiração, você decide!
O meu objetivo é compartilhar minhas dicas que partem dos meus muitos anos sendo entrevistada, entrevistando e, mais importante ainda: as histórias, experiências e feedbacks dos admins, em 2 anos de comunidade e mais de 200 pessoas mentoradas <3
Na parte das perguntas/respostas, em algumas, vou usar uma linguagem assim:
Bora? BORA!
Mas antes: ALERTA DE ARTIGÃO - pega sua maior xícara (deixo o conteúdo pra você decidir!), senta bem confortável e vamo!
Ou com uma pessoa recrutadora, da empresa ou terceira. Pode ser um papo agendado - geralmente falam que é somente 30 minutinhos. E, pode ser, também, aquela ligação surpresa, sabe? Estas estão acontecendo cada vez menos, na nossa era digital.
Se você está buscando emprego ativamente, mandando currículo, movimentando o seu Linkedin, tem que estar preparada(o) para essa surpresinha. Como:
✅ Responder direta e objetivamente a sua pretensão: “aproximadamente R$4 mil”. Evite dar faixa. Se der, saiba que a maioria das empresas pagará o mínimo da faixa que você informou.
⛔ Não responder, exemplos: “Não pensei nisso ainda/Depende/Negociável”
🔝 Já está na área e empregada(o): diga o seu salário atual.
⚠ Se está desempregada(o) ou migrando: responda que prefere entender a proposta de trabalho depois responder
⚠ Responder o que você quer - entenda que o risco é perder a vaga
⛔ Não responder, exemplos: “Tanto faz/Depende/Negociável”
✅ “Não tenho preferência, podemos analisar a melhor opção para vocês, dependendo do valor e do pacote de benefícios”
⛔ Começar do início e repetir infos que já estão no seu CV e/ou Linkedin - “meu nome é, tenho x anos, sou formada em…”
⛔ Só focar no profissional - nada pessoal
✅ Pular o início, começar do final e misturar no storytelling o pessoal com profissional, gerando rapport
✅ “Você poderia me dizer qual é a faixa salarial da vaga?” - podem perguntar sim, sem medo. Se perguntam a você, por que você não poderia perguntar de volta? Se a pessoa for impedida de responder, ela te explicará isso e tudo bem.
⛔ “Qual é o nome da empresa?” - caso headhunter. São pessoas que simplesmente são proibidas contratualmente de revelar essa informação, não adianta você achar ruim, é característica dessa posição.
✅ “Quais são as fases do processo seletivo?”
✅ “Quanto tempo até o final do processo?”
⛔ “Como é a cultura da empresa?” - essa não é uma pergunta nem para o primeiro papo e nem para o RH ou headhunter.
⛔ “Quem é a(o) líder dessa posição?” - em geral, essa info não é revelada no primeiro papo.
🔝 “Você tem alguma dica para mim para os próximos passos?” - essa é a melhor pergunta, sobretudo de tiver rolado aquele rapport que citei lá em cima.
Pode ser um pouco difícil identificar se a entrevista que você tem marcada é papo com RH ou técnica, porque nem sempre é uma declaração objetiva. Vou tentar ajudar:
Em geral, a segunda entrevista de um processo é técnica. Mas ela pode ser a primeira também. Dê uma olhada nas pessoas do convite e uma fuçada no Linkedin. Se há pessoas de outros times além do RH, é entrevista técnica.
Ela pode ser live case, quando dão casos para você resolver ao vivo, ali na hora. Ou pode ser um entrevista tradicional, formato perguntas e respostas. Neste artigão, Vamos focar na segunda.
(live case é assunto para um artigão do futuro)
A entrevista técnica é extremamente eliminatória e, consequentemente, mais tensa. Você precisa se preparar direitinho. Meu conselho: se te avisam hoje para agendar amanhã, dê uma desculpita. Peça mais tempo. Ao menos umas 4 horinhas de preparação são essenciais.
Vamo lá?
Como se preparar para a entrevista técnica no formato perguntas e respostas:
1. Pesquise as pessoas no Linkedin É o famoso ”stalkear” mesmo. Encontre pontos em comum com cada pessoa que está no convite e anote. Estruture como esses pontos combinam com você e pense em situações sutis no seu discurso em que você conseguiria incluir esses pontos, sem declarar ou deixar transparecer que você stalkeou a pessoa.
Por exemplo:
Isso gera aquele rapport que já mencionei. A pessoa escuta algo que gosta no seu discurso, inconscientemente se identifica com você e isso faz sua aprovação ser quase garantida, mesmo que você dê umas escorregadas.
2. Estude a empresa e faça anotações Nunca, eu disse: NUNCA, vá para uma entrevista técnica sem saber o negócio da empresa, seus principais produtos em 1 twitt e seus principais concorrentes. Pode ser que você não precise dessa informação. Mas, se precisar e não souber, é péssimo. Uma lida no site e um google já resolvem. Se você sabe, inclua no papo. A gente gosta! Só não tenta falar mais do que sabe, enrolar muito, arriscar alto. Faz o básico e está excelente!
3. Releia seu currículo e Linkedin Às vezes, a gente esquece. E, tentando se lembrar, dá aquela gaguejada, enrolada, aquela mínima contradição. É normal, mas pode parecer que você mentiu no CV/Linkedin. E, ao se enrolar, você pode ficar nervosa(o) e se desconcentrar. Às vezes, se percebemos que damos um deslize, sabotamos o resto da entrevista, certo? Já mudou o assunto e, no fundinho da sua cabeça, você ainda está com a culpa e estresse de sentir que errou. Quem nunca? Custa nada, releia e fique com o conteúdo do seu CV/Linkedin na ponta da língua. Imprima e deixe do seu lado, se precisar. Entrevista remota permite isso, né?
5. Prepare suas respostas Busque ajuda. Artigos como este e vários outros te dão um portfólio de possíveis perguntas. Peça um papo com amigos, colegas, rede de apoio para se preparar. Treine, monte seu storytelling, escreva seus roteirinhos, se ajudar. Mas não vá para uma entrevista técnica sem estudar possíveis perguntas e suas respostas.
6. Se já tiver feito case, estude-o Mesmo que ninguém tenha dito que a entrevista será sobre o case, tudo pode acontecer. Então, esteja preparada(o). Tenha o seu case na ponta da língua, sobretudo os porquês de suas decisões. Os porquês são muito mais importantes que os quês.
7. Prepare perguntas Chatíssima aquela hora em que a pessoa diz “e você, tem alguma pergunta para mim?” e o silêncio se instala. Você queria ter, porque acha que deveria ter, mas não pensou em nada. Aí você inventa uma na hora, no calor da batalha e, em 99% das vezes, ficará horas depois da entrevista com aquela vergonha interna de “por que fiz uma pergunta tão tonta?“. Vamos remediar isso, pense em perguntas bacanas com antecedência. Você sempre pode responder “não, acredito que todas as dúvidas que eu tinha já foram sendo respondidas durante o papo”. Nada de errado nisso, só não é tão legal quanto fazer uma pergunta pertinente e interessante… minha opinião.
8. Use roupas leves e informais nas quais você se sinta bem Gente, nossa área de tecnologia se veste totalmente informal. Nada de terninhos, make, escova, camisa social em entrevistas. Óbvio, a menos que você realmente seja assim, aí bora. Vai no seu estilo, seja você. Eu sempre falo que é o jeito que você vai no shopping, num restaurante de boa durante o dia com sua galera. Se você tem tatuagens, estilo mais arrojado modernão, cabelo colorido, use com orgulho. Seja quem você é. Na nossa área, pode. Mais que pode, gostamos e encorajamos.
9. Alguns minutos antes, descompresse Pronto. Chegamos ali na horinha que antecede a entrevista. E entrevistas são muito tensas. É uma situação muito desconfortável, te obriga a estar numa posição muito vulnerável com pessoas desconhecidas.
Quanto mais precisamos e/ou queremos o emprego, pior, né?
Pode chegar a ser até humilhante. A incerteza de não saber o que vai pipocar ali é arrebatadora. A ansiedade toma conta mesmo. Vai chegando a hora, bate o desespero, o nervosismo e, muitas vezes, a certeza de que vai dar errado.
Pouca gente do admina sabe (e, quem sabe, não acredita) mas eu sou, essencialmente, uma pessoa tímida e reservada. Tive muita dificuldade para aprender a falar em público, lidar com pessoas desconhecidas. MUITA. Apesar de ter aprendido a lidar com isso, às vezes, quando preciso encarar uma palestra, uma reunião tensa, uma entrevista, eu travo. Bate todos esses sentimentos e mais alguns. Aí, tenho o ímpeto de dar uma desculpa, inventar alguma coisa, dizer que não vou e não ir mesmo. Fugir. Vou compartilhar com vocês as ferramentas que eu uso nestes momentos.
Reconhecer e aceitar esses sentimentos é o primeiro passo. São sentimentos normais, não adianta lutar conta, comprimi-los, negá-los, fingir que não estão ali.
O conselho que eu dou é: nomeie o que você está sentindo. Fale esses sentimentos em voz alta, pra você mesma(o). “Tô nervosa, tremendo aqui ó. Tô ansiosa. Tô me sentindo uma fraude, impostora. Eu não mereço essa vaga. Tô desperarada, a beira de um ataque, tô querendo fugir, desistir.”
É o famoso dar nome aos monstros.
Depois que você dá nome a eles, bota todos na sua cara, olha no fundo dos olhos figurativos deles, parece que deixam de ser tão feios, não botam mais tanto medo. Ficam até menores. Ao menos, comigo é assim.
(se você identificou uma parábola aí, é isso mesmo)
Depois disso, use seu método de descompressão. Medita, ouve um black metal, reza, ora, dá uns gritos, uns pulos, come um comfort food, conversa com o mozão, liga pra sua mãe, faz carinho no pet. Tira o foco do foco e relaxe um pouco.
E volta.
Antes de chegar nas perguntas e respostas, algumas dicas de ouro:
1. Use o nome das pessoas Chamar a pessoa pelo nome faz ela prestar atenção em você, é científico. Além disso, a pessoa se sente bem, importante, vista. Ela fica mais propensa a gostar de você. Use o nome que a pessoa usou para se apresentar. Se foi um apelido, use o apelido. Fale o nome da pessoa com firmeza e confiança.
Eu faço isso nas mentorias, sobretudo quando vou passar uma mensagem mais dura, difícil. Quem aí já percebeu?
(isso vale pro nome da empresa também)
2. A dica do minuto do relógio: como evitar falar demais e se perder? Objetividade e clareza são mais importantes que resposta certa, na maioria das vezes. Em geral, quanto mais nervosas(os) estamos, mais tagarelamos. Não pode. Não pode falar minutos e minutos a fio. Você vai se enrolar e vai perder o fio da meada e a atenção de quem entrevista vai junto.
Eu sou meio prolixa, mas já fui mais. Uma ferramenta que uso é o minuto do relógio: Quando começar a falar, dê uma espiada no relógio digital. Sempre que se lembrar, espie de novo. Você está falando e o minuto do relógio mudou uma vez, fica esperta(o), caminha pra conclusão. Espiou de novo e o minuto mudou outra vez, pare. Você já está falando há quase 2 minutos a fio.
Como parar? Mesmo se não tiver chegado a uma conclusão, peça um feedback: “Ana, me conta se respondi sua pergunta | se você quiser, posso detalhar mais tal ponto | e você, o que acha? | estou na linha que você busca? | me conta se faz sentido no cenário da (nome da empresa aqui)”
3. O espelhamento Espelhe a pessoa que te entrevista - respeitando a sua essência, claro. Se quem te entrevista está sendo formal, seja mais formal; se é relax, seja relax também; se fala do pessoal, fale também; se usa gírias, use também. Isso gera uma identificação sub-consciente na pessoa entrevistadora e ela fica mais propensa a gostar de você.
4. Comece pelo final É isso mesmo. Não comece respondendo do início, comece pelo final. Se é uma pergunta sim/não, comece com um bruto e firme “sim/não” e, somente depois, depois contextualize, justifique, sustente sua resposta. Se você fala demais antes de responder, perde a atenção da pessoa e ela já nem sabe mais qual é sua resposta. De novo, a prolixa em reabilitação aqui faz isso não só em entrevista, mas no dia a dia no trabalho. Sobretudo, com pessoas de cargos mais altos. Muitas vezes, quem é chefe quer saber só o resumão, a moral da história, o último episódio, o spoiler mesmo. Não quer ver as 18 temporadas, não.
5. Você não “acha” nada Eu, pessoalmente, não gosto de respostas recheadas de “eeeee então, eu acho que não. Eu acho que o caminho é tal. Eu acho que que o melhor é fazer assim. É isso que eu acho”. É algo simples, que não vai te desclassificar. Mas, combinado com um errinho aqui, um enrolation aí, uma tremidinha ali, uma resposta incompleta acolá, pode pesar como insegurança, falta de embasamento. Eu sempre digo: erre com firmeza, confiança e bons argumentos. Exercite umas substituições do “eu acho que” por “eu penso que|eu acredito que” e já está de bom tamanho. Rechea com um caso conhecido e uns números que fica melhor ainda, tipo:
“Eu acredito que não é necessário alinhar a visão do produto com a estratégia da empresa. Vamos tomar o caso da Apple na época do Steve Jobs, por exemplo. Ele teve uma ideia aleatória um dia de fazer um telefone quando a estratégia da Apple era focar em computadores. Acharam ele maluco mas, hoje, o iphone é o celular mais vendido do mundo pelo 12o ano consecutivo.”
Tá errado? Tá. É claro que precisa alinhar a visão do produto com a estratégia da empresa.
Mas errou com firmeza e confiança, o exemplo é bom e tem dados. Dá pra debater um monte de coisa a partir dessa resposta maluca, mas é isso que queremos, certo? Gere uma ou outra polêmica na entrevista, debata, ouça pontos de vista e, no final, conclua com “Puts galera, tô pensando aqui. Vocês tem toda razão mesmo! Me convenceram quando falaram que a Apple é um caso de um em um zilhão e o mercado de smartphone era um oceano azul, não se encaixa com nosso exemplo aqui mesmo!”
Mostrou que escuta a opinião dos outros, que debate ideias diferentes com respeito, que busca entender e, quando provam seu erro, você reconsidera sua posição e dá a razão a quem tem a razão. O que é melhor que isso?
6. Cuidado com “eu” Eu fiz, eu entreguei, eu consegui, eu alcancei. Sério que foi só você mesmo? Fale muito mais de time, mostre que você trabalha bem em equipe - use o “nós” e dê nome a esses times sempre que possível. Cite áreas suporte, mostre que você articula, une e comunica bem os stakeholders - “Foi essencial escutar a visão de CX, pois o dia a dia deles é atendendo usuários diretamente. Foi exatamente lá que encontramos a real a dor que precisávamos resolver. Sem o apoio deles, não teríamos conseguido encontrar a causa raiz verdadeira do problema.”
7. A linguagem corporal importa Se possível, evite se mexer demais na cadeira, tremer a perna, passar muito a mão na cabeça/rosto, mexer muito no cabelo, cruzar os braços, apertar muito os olhos, estalar muito os dedos, ficar batendo na mesa, ficar mexendo muito com um objeto. Eu sei que o nervosismo, às vezes, domina. Mas tente se perceber. Há estudos que mostram que essa linguagem corporal gera viéses que desclassificam mesmo, remetem à mentira porque demonstram muita insegurança. Óbvio que qualquer ser humano com o mínimo de empatia sabe e espera insegurança e nervosismo quando entrevista alguém, mas saiba: toda decisão de contratação é por eliminação. Se teve uma pessoa competindo com você com os mesmos critérios, currículo e perfil quase iguais aos seus, mas demonstrou mais segurança, melhor linguagem corporal, isso pode, sim, te eliminar. Não é pra ser um robô na mesa, estou falando de excessos e movimentos muitos repetitivos. Gesticular com a mão, por exemplo, é bom.
Mas se você tem alguma condição que gera isso, meu conselho é: explique no início da entrevista e aja naturalmente, do seu jeito.
8. A estruturação de suas respostas Sempre que possível, responda usando situações que você já passou, ao invés de o que você faria. “Bom, isso já aconteceu comigo e eu fiz de tal forma” Sempre que couber, diga que antes você olharia a estratégia da empresa, analisaria o modelo de negócio, verificaria a visão do produto, faria uma pesquisa com usuários. Isso encaixa em 99% das perguntas de Produto. Não esqueça as métricas e a validação com a pessoa usuária. Vai dar uma solução? Fala que, antes, encontraria um MVP bem rápido de botar no ar para validar sua hipótese. E mediria, né? Do que vale um MVP sem medição? De nada.
Aqui, usarei estrutura de tópicos para facilitar a linha de raciocínio. Claro que você vai responder numa narrativa bacana. Também, estou sendo super direta, com os pontos principais para você abordar. A estrutura fica por sua conta. O importante é: não esqueca esses pontos quando for montar sua resposta.
Algumas perguntas são por minha conta, outras aparecem em mentorias e outras vocês me mandaram na caixinha do instagram.
Bora?
dica: o ideal é um conjunto de todas as verdes. Mesmo que as vermelhas sejam verdade, não é uma abordagem adequada para entrevistas, na minha opinião. Faça a transição ser sobre Produto e não sobre sua antiga área. Importante: não tente justificar muito, não pense que você precisa pedir desculpas por querer mudar de carreira. Breve e objetivamente, associe sua decisão ao seu perfil e ao mercado.
(também vale para: Como você assume um produto que já está em uso?)
Prioritariamente:
E, paralelamente e pouco a pouco:
dica: Nesta pergunta, é bacana pedir feedback na hora: “o que acha? É mais ou menos neste caminho a expectativa de vocês?”
Uma solução, através de tecnologia,
dica: Se possível, dê um exemplo de um produto da empresa que está te entrevistando (lembra da preparação): “por exemplo, o produto x de vocês, suponho que visa resolver o problema y das pessoas usuárias do segmento w com uma proposta de valor que, além de servir as usuárias, também sirva uma estratégia interna de vocês”
Responsável por
dica: Agregue sobre manter a agilidade, reagir bem a mudanças, gerir problemas/bugs, medir bem, pesquisas sobre o mercado, articulação com o time/squad.
Conhecer bem a estratégia e modelo de negócios da empresa
dica: Casualmente, inclua na resposta a sensação de que o “como” é, no geral, no formato discovery x delivery. Mas o método não necessariamente define o sucesso do produto e você está aberta(o) para se adaptar ao modelo que melhor funciona para o time e para a empresa.
PM atua mais na camada estratégica e de articulação,
PO atua mais na execução do desenvolvimento do produto
Antes de definir métricas, considero a visão, a estrategia e os OKRs/KPIs da empresa
dica: casualmente, mencione que também é importante, ao escolher as métricas, refletir e validar se são métricas de sucesso ou de vaidade.
Antes de tudo, analiso se faz sentido entrar no backlog do produto
dica: mencione que não são somente stakeholders que solicitam demandas a priorizar. IT e UX também fazem parte do time do produto e devem ser ouvidos sobre suas sugestões. Importantíssimo enfatizar que o time de Produto também deve contribuir com o backlog, através de análises de mercado, benchmarkings e suas próprias sugestões fundamentadas. O essencial aqui é que as sugestões de todos, stakeholders, IT, UX e Produto, passam pelo mesmo critério de priorização.
Considerando que o objetivo do discovery é formar hipóteses para a solução de um problema em forma de produto ou funcionalidade,
dica: Discovery Contínuo (sim, o da Teresa Torres) não significa que o Discovery não tem fim. Significa continuamente se questionar e re-validar se estamos realmente resolvendo os problemas das nossas pessoas usuárias. Ou seja, chegar a hipóteses, validá-las e seguir questionando, medindo e evoluindo. O tempo entre o início do discovery até uma hipótese validável não pode ser muito longo - o mercado muda muito rapidamente. Por isso, a solução hipotetizada poderá não ser a solução para o problema quando se terminar o discovery.
(assumindo que trata-se de uma ideia de novo produto para a empresa)
Antes de tudo, preciso estar confiante de que é, de fato, uma má ideia. Muitas vezes, executivos tem informações que não temos. Por isso, nunca podemos ter absoluta certeza de que seja uma má ideia.
dica: diga que dará atualizações parciais sempre que possível e manterá o stakeholder com a visibilidade de seu prazo.
dica: caso insisitam na escolha de uma ferramenta ágil, escolha o kanban. Só não o chame de método ou metodologia - assunto para outro post. Por que o kanban? Diga que acredita que funciona melhor, sobretudo para times mais maduros nos fundamentos da agilidade, por dar mais liberdade de protocolos formais e mais autonomia na gestão da mudança, pois não tem o conceito de controle de tempo, como a sprint do scrum.
Visa a explorar a usabilidade
Também chamada de “comportamental” ou “por competências”.
O objetivo aqui não é analisar suas habilidades técnicas, e sim interpessoais. Como você reage, basicamente. A feedbacks, à pressão, a conflitos (famosas “tretas”), a fracassos e a adversidades em geral.
Ela pode acontecer no início do processo seletivo, antes do case, ou pode ser a última entrevista, depois do case e depois da técnica.
Pesquise as perguntas deste tipo de entrevista e já vá com situações na manga.
Me conte uma situação em que…
E como você se sentiu? E como você reagiu/resolveu?
Aqui, o conteúdo das respostas não é tão importante quanto a sua estruturação. Ou seja: não há resposta errada, há resposta mal formulada.
Quer exemplo?
Pergunta: Me conte uma situação em que você recebeu um feedback muito negativo e mal estruturado.
Resposta: (situação:) Eu era responsável por um produto novo, que estava indo para MVP. Estava na fase de desenhar as métricas para acompanhar o MVP e validá-lo e fiz uma dinâmica com algumas propostas para colher as opiniões dos stakeholders. Um stakeholder já conhecido por ser muito difícil falou, no meio da reunião com todos na sala, que o meu MVP era péssimo. (sentimento:) Minha primeira reação foi ficar muito envergonhada. Escutar aquele comentário em público foi muito difícil e eu senti que travaria ali, naquele momento, sem saber o que fazer. Minha vontade era parar a reunião, chorar no banheiro, depois ver o que fazia. (reação:) Após alguns segundos constrangedores, eu perguntei ao stakeholder o que ele sugeria. Ele preferiu não detalhar e acabamos por seguir a reunião. (construção:) Após a reunião, levei uns minutos para me acalmar e pensar no que fazer. Eu resolvi buscar opiniões, em particular, a algumas pessoas que estavam na reunião para que isso me ajudasse a estruturar na minha cabeça o que aconteceu. Depois, chamei uma conversa em particular com o stakeholder e pontuei que o comentário dele me pegou de surpresa, porque o MVP era nosso, e não meu. E já havíamos acordado e aprovado aquele MVP. Mas, de qualquer forma, gostaria de entender porque ele considerava o MVP era péssimo e trabalhar nas sugestões dele para melhorarmos, pois valorizava a opinião dele e todo o seu conhecimento. Foi um papo muito difícil, mas, ao final, ele se desculpou pelo comentário duro e fora de hora e acabou me dando um par de ótimas sugestões de melhora! Uma delas, aplicamos. A outra, decidimos em conjunto deixar para um próximo momento. (aprendizado:) Esse episódio foi bem desconfortável para mim, mas eu aprendi a não deixar minha raiva me impedir de ouvir outras opiniões. Porque, no final das contas, mesmo o feedback dele sendo ruim e desajeitado, ele tinha boas sugestões para o produto.
UFA! Mais um artigão! Não diga que eu não avisei! :)
Espero, de coração, que esse conteúdo, antes de tudo, inspire você a se sentir mais a vontade, confiante e preparada(o) para entrevistas em Produto.
E, importantíssimo: aqui não há verdades absolutas. Certamente, vão haver vários pontos que várias pessoas não concordam, e tudo bem!
Explore, reflita e adote aquilo que faz sentido para você.
E, se quiser bater papo sobre isso, me corrigir, complementar ou explorar mais profundamente, me dá um alô! Já sabem… meu privado é público <3 pode me chamar no instagram do admina ou no meu linkedin pessoal. Vai ser um prazer papear!
um abraço apertado e boas entrevistas!