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A “facilidade” da vida profissional nas redes sociais

By Cibelle
August 28, 2023
6 min read
A “facilidade” da vida profissional nas redes sociais

Oieee pessoas! Cib passando por aqui :) sou uma das novas redatoras do blog! Paraense no Rio de Janeiro, eclética que ama furar a bolha (e isso inclui: hobbies, livros, séries, comida, viagens e muitos mais) e que no momento tá amando cada momento que se envolve com a comunidade e com produto digital!


Basta seguir a receita abaixo e misturar tudo:

  • Posts no seu Instagram profissional mostrando lugares que conheceu (se for exterior melhor ainda).
  • Posts no TikTok falando sobre metodologias e programas mais utilizados nas empresas.
  • Posts no LinkedIn com os temas mais atuais para engajamento.

Pronto! Sua vida não é fácil, mas tem como fazer parecer. 2

Quando fui convidada a escrever na admina, queria trazer assuntos da área tech e outros que são mais delicados (e bem ignorados até) no mundo profissional. Lendo o livro Diário de uma ansiosa ou como parei de me sabotar junto de papos com amigos pessoais e colegas de trabalho comentando como era difícil fazer transição de carreira, gostar de fazer outros trabalhos diferentes, ou até mesmo, rever sua carreira profissional e parecer que não tinha alcançado nada em comparação a outros profissionais nas redes sociais, sinceramente achei um bom tema para trazer de forma leve por aqui (o melhor do Brasil é rir da própria desgraça né?), mas que esse papo ajude VOCÊ a não se sentir só ou estranho, como se fosse o único que não tivesse conseguido chegar lá.

A citação da receita acima é real, também faz parte de um bom marketing profissional, mostrar que está atingindo lugares, sabendo sobre assuntos e colocando em prática, dá uma sensação de competência para quem está vendo de fora. No entanto, o assunto aqui é o impacto disso nas pessoas que ainda não chegaram nessa fase.

Que tal embarcar nesse papo de copa com seu cafezinho e falarmos das inseguranças?

Espero que quando desembarque se sinta leve, com companhia e notando que tá tudo bem, você só está na fase de análise, logo vai estar fazendo a receita de marketing acima.

“A vida tá meio merda, só que ninguém fala”

Parece um assunto meio besta?

Pensemos em um bate papo leve com seus colegas de trabalho ou até mesmo amigos, você hesita quando surge a vontade de falar sobre dúvidas na sua carreira? Que tem vontade de fazer outras atividades fora do seu ramo ao mesmo tempo que continua com seu job, mudar de área, ou que gosta do seu trabalho mas parece que não sai do mesmo lugar? Provavelmente não. Mas e se acrescentar que a pessoa com quem você está falando “parece” ter chegado nesse patamar de job perfeito… Alguns diriam que sim, por medo de depois de tantos anos, não ter atingido o mesmo patamar do colega de trabalho ou amigo.

Na época atual do LinkedIn você ainda encontra pessoas contando o quadro da facilidade da vida profissional, onde tudo sempre foi e continua sendo perfeito. Como vemos isso? Através das postagens de atividades, cursos realizados, eventos que ocorreram, promoções, bônus, presentes e por aí vai… Caso não esteja vendo isso, posso garantir que não está entrando muito na rede.

Infelizmente, esta rede foi criada para cada perfil mostrar seu portfólio e realizar seu marketing profissional. Sim, você está ali para se vender. Por isso, você é obrigada(o) a se auto divulgar ao invés de simplesmente pedir um emprego a alguma empresa que esteja na plataforma, até o algoritmo aumenta seu alcance quando você realiza conteúdo.

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Você é estimulada(o) e pressionada(o) a isso, com frases que escuta até mesmo no trabalho em um papo leve “quem não é visto, não é lembrado”.

Contudo, mesmo as pressões externas não sendo as melhores, o conteúdo postado ainda é elaborado pela própria pessoa usuária, e por isso o questionamento é

“porque todo mundo quer parecer um profissional que não tem problemas?”.

Talvez a resposta mais simples seja que a pessoa quer mostrar sua melhor versão. No entanto, no artigo da mLabs sobre tendências para as mídias sociais em 2023 é reforçado que a autenticidade é um dos fatores que fazem pessoas compartilharem seu conteúdo, algo de humano para humano, principalmente após a pandemia. Inclusive, considerado pelas empresas.

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Por isso, atualmente os usuários do LinkedIn tem feito uma mudança de conteúdo, direcionando os assuntos para as dificuldades, defeitos e problemas que profissionais infelizmente passam no âmbito profissional. Mas esse NÃO É O PONTO DESSE ARTIGO, mas sim, VOCÊ! Independente do tema que os usuários optem atualmente, seja falar de como o emprego/empresa é perfeito e todo o trabalho que esse profissional faz é maravilhoso ou falar sobre problemas enfrentados por esses profissionais e com um conteúdo mais humanizado, não muda o fato de VOCÊ poder se sentir deslocado quando está com dúvidas na sua carreira ou se sentindo estagnado.

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Em momentos de transição de carreira, ou pós-demissão ou que simplesmente esteja naquele momento de análise de vida onde questiona aonde chegou profissionalmente, entrar em redes sociais pode ser desgastante quando visto que aquele colega de trabalho ou uma conhecida de outra empresa “parece” estar na melhor fase e você ainda não colheu muitos frutos da grande árvore “CARREIRA PERFEITA”, podendo ser exaustivo até mesmo olhar e “parecer” ter menos assuntos profissionais para falar nas redes sociais do que aquele colega que vive postando temas interessantes no perfil profissional do Instagram dele. Sim, falei muito “parece” aqui, pois a vida tá meio merda só que ninguém fala, e geralmente está assim uma boa parte do tempo.

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Espero que você chegue no final desse bate papo de cozinha sentindo a leveza para entrar na mesma fase do seu colega de trabalho que parece ter muito conteúdo para postar, pois você também tem. Muitos dos que postam conteúdo profissional já passaram pela fase de: dúvida, ansiedade, falta de cuidado com a saúde mental, direcionamento de rota e, finalmente, marketing pessoal.

Você trabalha para viver e não o oposto

Quando estamos no ensino médio, começam os questionamentos de qual profissão seguir. Geralmente, é recitado pelos outros. Os pais e os parentes e quem mais quiser fazer um comentário desnecessário sobre a sua vida, algo similar a isso:

Escolher a faculdade > fazer a faculdade > procurar um emprego > ir subindo de cargo

Observe que tem várias lacunas, aquelas que te julgam quando você quer fazer um curso diferente da “profissão escolhida”:

  • Sou advogado e quero fazer um curso de gastronomia - logo depois vem a pergunta: “pra quê? Não vai te ajudar profissionalmente”.

  • Sou engenheiro e vou criar conteúdo na internet da minha profissão e sobre assuntos que gosto, filmes - lá vem ela, essa mesmo, a pergunta: “pra quê? Não vai te arrumar mais trabalho”.

  • Sou tradutor de texto e faço curso de teatro e várias peças legais - Tá sentindo? É isso ai: “pra quê? Não tem nada a ver com sua profissão”.

Atualmente, a nova geração já está mais acostumada a ver pessoas terem mais de um trabalho. Uma influencer pode criar maquiagens, jogar vídeo game e por aí vai. Você não tem que seguir uma regra, se te faz feliz e consegue encaixar nas suas prioridades… VAI FUNDO!

Quando mais nova, me recordo de ser questionada sobre qual curso da faculdade faria. Lembro que falei que gostava de muitas coisas. Lembro-me de ser marcada como uma pessoa “que não sabe o que quer da vida”. Mesmo atualmente, algumas empresas e, até mesmo pessoas, muitas vezes de forma inconsciente por não refletir sobre o assunto, questionam outras quando visto que seu colega gosta de fazer atividades diferentes da sua profissão - sendo que não fazê-las é mais preocupante. Questionamentos como esses estimulam profissionais a direcionar a sua vida para a profissão, realizando cursos, eventos, networking e outros, somente dedicando sua vida para crescer profissionalmente. Sem descanso mental e pessoal.

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Este artigo da Psi – Psicólogo e Terapia explica um pouco sobre sair da rotina, além de dar algumas dicas para implementar uma mudança na sua vida. Sair da bolha e participar de atividades fora do seu cotidiano é uma forma de aprender mais sobre a cultura onde se vive, ter mais empatia por situações que outro ser humano enfrenta, além de aumentar a criatividade em atividades profissionais, independente da área que atue.

A evolução e as conquistas dos outros despertarão sentimentos e questionamentos sobre a vida profissional, e isso é BOM. Normalmente, não se faz essa análise anualmente (caso não faça, indico fortemente), então situações como essas ocorrem e forçam o profissional a rever sua carreira e criar metas, podendo até estimular que você melhore sua carreira e se atualize no mercado. Por isso, permita-se ficar triste e, no outro dia, tome um bom café e faça uma análise sobre porque se sente assim, repense onde quer chegar e estabeleça metas.

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Além disso, independente de qual fase esteja (pós-demissão, se sentindo estagnada, transição de carreira), procure uma atividade online ou presencial fora da sua bolha, que te faça sentir prazer. Viver procurando soluções que melhorem sua vida profissional é desgastante e faz você se auto pressionar. Cuidar da saúde mental, sair da zona de conforto com algo que não precisa mostrar resultados (como normalmente no trabalho ocorre) faz bem para a alma, mente e o corpo.

Compartilho com você o caminho da minha fase atual:

Triste por causa de pessoas “sempre felizes” > Revisei minha vida profissional e coloquei metas (anualmente fazendo isso ☺) > atividades: roteiro, natação, terapia e tudo que eu conseguir pensar rsrsrs (fora da bolha) > participo de grupos que apoiam (admina ❤️) > colocando menos pressão na vida lol

Agora vai! Me conta a sua fase?

E, importantíssimo: aqui não há verdades absolutas. Pode haver várias pessoas que não tenham sentido tudo isso, e só digo: Parabéns! 👏 Como conseguiu?

Abraços! Se quiser, estou à uma mensagem de distância >aqui<!

(todos os memes deste artigo são de criação própria)


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